A ALMA DE UM MILHARAL
Poema em cordel dedicado a Luis Madeira Xilogravura de Luis Madeira no MILHARAL
Luis Madeira no meio de seu MILHARAL
Luis Madeira cuidando de seu MILHARAL
A ALMA DE UM MILHARAL
Meus cordéis eu sempre escrevo
Quando vem inspiração E este aqui foi rabiscado No fundo do coração Vai ser muito especial Falar deste milharal Plantado no Maranhão Antes porém desta história Vou do milho aqui falar É bom cozido e assado Na canjica e mungunzá Uma pamonha quentinha Saborosa e bem fresquinha É bom de se apreciar É um rico cereal Nutritivo de valor Produz farinha e dá óleo E faz cuscuz ao vapor Angu, polenta e mingau Pipoca gostosa com sal Incomparável sabor E cada parte do milho Tem a sua destinação Nada do milho se perde O que sobra dá ração Também produz etanol Um produto de escol Usado na combustão E peças decorativas Produtos de artefato O sabugo e sua palha Servem para artesanato Veja quanta variação Esta rica plantação Merece nosso relato São milhões de toneladas Sua produção mundial Sendo os Estados Unidos O maior percentual O Brasil é produtor Também é exportador Paraná sendo o mural Voltemos pra esta história Que aqui vou lhes contar A história de seu Luis Que com mais de oitenta está Sempre foi agricultor E na terra labutou Não cansa de trabalhar Ele mora lá no Tanque Interior do Maranhão Tem lá sua fazendinha Tem seu pedaço de chão Mas aquele pedacinho Bem ali do seu vizinho Era a sua tentação Pois muitos anos levaram E Luis sempre a sonhar Queria aquela terrinha E propôs ela comprar Sempre recebia um não Mesmo com educação Mas não parou de sonhar Não se sabe quanto tempo Seu desejo alimentou Pois não é que ano passado Seu sonho realizou Quão grande satisfação Alegrou seu coração Do vizinho ele comprou Parece até que sua alma Muito rejuvenesceu Pois ali naquela terra Por inteiro se envolveu Todo o mato capinou O mato seco queimou Até muro recebeu Com amor cuidou da terra Preparou a plantação Sementes selecionadas Foi plantar naquele chão E milho ali foi plantar Como filho a esperar Um fruto de gestação E nada foi esquecido Preparou irrigação Todo dia estava ali Cuidando com a sua mão Quando nasceu um pezinho Aquele frágil brotinho Foi grande sua emoção E a todos Luis levava Para a terrinha mostrar Seu orgulho era visível Transbordava no olhar Um dia lá me levou E com alegria mostrou Sua alma estava lá As chuvas foram caindo Sobre aquele milharal Que logo cresceu viçoso Onde era um matagal O terreno se fechou O verde predominou Parece cartão postal Convite eu já recebi Para ir saborear Aquele milho gostoso Que está a bonecar Irei lá ao Maranhão Tirar espiga com a mão E na brasa sim assar E o convite eu estendo A cada amigo leitor Se quiser comer do milho Se já sente o seu sabor Vamos lá ao Maranhão E o nosso anfitrião Mostrará o seu valor Ao senhor Luis Madeira Eu aqui tiro o chapéu Há anos na sua labuta Se queimou num fogaréu Mas continua com vigor Trabalha feito um trator Merece nosso troféu Luis Madeira é meu pai E a ele quero abraçar E sinto mesmo distante Seu carinhoso beijar Estou no Rio de Janeiro E passei o dia inteiro Ao seu cordel preparar E daqui desta janela Vejo o Cristo Redentor Com seus braços bem abertos E num gesto acolhedor Pra Cristo minha oração Que sempre o tenha na mão Na paz de NOSSO SENHOR
= Fim =
Enquanto eu escrevia este cordel, de vez em quando dava uma olhada pela janela do hotel nesta imagem linda da Cidade Maravilhosa com destaque para o Cristo Redentor
(cordel produzido e publicado durante uma viagem do autor ao Rio de janeiro no dia 4 de janeiro de 2012)) Levi Madeira é médico oftalmologista e escritor de literatura em cordel Visite nossa clinica: www.levimadeira.com.br Levi Madeira
Enviado por Levi Madeira em 04/01/2012
Alterado em 12/01/2012 |