Fiz este poema em homenagem a um grande homem, Chico da Cruz, avô de minha esposa Eneida
O TERNO DO VOVÔ Qualquer história engraçada Um cordel pode formar Se existir alguém disposto Pra tal história narrar Se é verdade ou mentira Se quiser vá pesquisar Eu ouvi foi de terceiros Esta que eu vou contar Aconteceu no Piauí Bem depois do Ceará O seu Chico é o vovô Sempre quis dele falar Sua vida era bem pobre Lá pras bandas do sertão Mudou-se pra capital Deixando de ser peão Trabalhou de sol a sol Melhorou sua condição Uma torra de Café Em Teresina montou Naquele mercado velho Muito bem se instalou E para batizar sua torra Deu-lhe o nome Rei Nahor Além de trabalhador Era muito inteligente Não perdia boa chance Em tudo estava presente Conquistava a freguesia Não perdia nenhum cliente Seu Chico prosperava Frota de ônibus montou Até dinheiro pra bancos Me falaram que emprestou Vendeu panelas pro exército E mais dinheiro ganhou Que o homem era rico Está fora de questão Mas a notícia que corria Por todo aquele mundão Seu Chico era pão duro Retinha todo tostão Um dia comprou tecido Para um bom terno coser Gostava de trabalhar E bem vestido atender Foi então ao alfaiate Aquele terno fazer Bom dia seu alfaiate Pra você tenho missão Cortar bem este tecido Me custou um dinheirão Quero fazer um bom terno Faça logo a medição Após muito bem medir E o serviço contratar Seu Chico já no caminho Começou a matutar Seu tecido era tão grande E dois ternos iriam dar Deu então meia volta Ao alfaiate voltou Será que não dá dois ternos Ele assim se expressou O alfaiate ali na hora Com seu Chico concordou Já na calçada da rua Voltou a questionar Se você cortar direito Sem nada desperdiçar Aposto que dá três ternos O que tem a me falar O alfaiate fechou os olhos Tentando se controlar E pensou com seus botões Uma lição vou lhe dar E concordou fazer os três E marcou pra vir buscar Seu Chico saiu satisfeito Tinha feito um negoção Se dava pra fazer três Talvez fosse um ladrão Ficaria com seu tecido Alfaiate espertalhão Uma semana depois Voltou ao mesmo lugar Estava bem satisfeito A seus ternos foi buscar Quase teve até um troço Quando aos ternos foi olhar Eram três ternos bem feitos Feitos com dedicação Mas o que sentiu seu Chico Foi de cortar coração Eram três miniaturas E partiu pra agressão Foi então que o alfaiate Bem ali desabafou Você queria três ternos Bem dividido ficou Os três ternos estão ai Nenhum tecido sobrou Seu Chico saiu zangado Mas aprendeu a lição Não pode ser mão fechada Em qualquer ocasião Pagou aquele alfaiate Saiu com os ternos na mão Como tinha ele três netos A cada um presenteou E a lição do alfaiate Na sua mente gravou E depois daquele dia Mais generoso ficou = FIM = Levi Madeira é Médico Oftalmologista Acesse: www.levimadeira.com.br Site do Escritor: www.levimadeira.recantodasletras.com.br Levi Madeira
Enviado por Levi Madeira em 18/08/2011
Alterado em 18/08/2011 |