HANNA
A cadela que queria ser gente Recebi inspiração Pra Hanna homenagear Cadelinha especial Basta ver o seu olhar Pra ser gente só lhe falta Abrir a boca e falar Ela escuta o que se fala A tudo vem entender Fica alegre com a gente Até o anoitecer No sofá ela se senta Para assistir a TV Antes de ler o poema Volte ao topo para olhar Na cabeceira está Hanna Lá na mesa do jantar Todo dia ela faz isso Sem ser preciso chamar Ela fica ali quietinha Com o queixo a apoiar Deseja um pouco de carne Os seus olhos a falar Até parecendo gente Tem ternura no olhar Ela é muito inteligente Nunca vi cadela igual Vai pra sala com a gente Tem postura corporal Ela assiste e acompanha O seu planeta animal Um dia todos saíram E só Hanna ali ficou Como dona do pedaço Ela logo aproveitou Sentou-se então no sofá E no controle apertou Terá sido por acaso Este acontecimento Mas a TV foi ligada Faço até um juramento Ficamos boquiabertos Com o seu entendimento Quando Hanna está com fome Se ninguém lhe dá ração Ela pega com a boca Retirando lá do chão A vasilha de comida Entrega na nossa mão Se a porta está fechada E ali deseja estar Ela chega de mansinho A patinha vai tocar Toc-toc então se escuta Não desiste até entrar Como tem carinha chata E nariz quase fechado Quando tira uma soneca Tem um ronco abafado Aconchega direitinho No quarto climatizado Um dia algo aconteceu Comigo Hanna falava Então confessou pra mim O que nela se passava Falou tanto abertamente Comigo desabafava Meu muito querido amigo Ela então balbuciou Não é fácil ser cadela Mas foi Deus que abençoou Ter chegado neste lar Que de longe me buscou Veja bem meu bom amigo E também preste atenção Tenho mãe e tenho pai E também eu tenho irmãos Eu sinto saudade deles Do fundo do coração Por aqui ser o meu lar Tenho muita gratidão Com carinho fui aceita Sem nenhuma restrição Isso tudo me ajudou Foi minha consolação Tenho a Ingrid por mãe Quão grande satisfação Pois cuida tão bem de mim Com carinho e devoção Os meus dentes ela escova E me leva pro salão Durmo ali na minha cama No seu quarto perfumado O seu cheiro é para mim Como um bálsamo molhado E se tenho um pesadelo Ela me põe do seu lado Fico até um pouco triste Quando vai pra faculdade Eu espero o dia todo Como é grande esta saudade Mas ao sentir o seu cheiro Pulo de felicidade A Sthéfane pra mim É irmã muito querida Quando me põe no seu colo Fico alegre e derretida Gosto muito de seu quarto Fazer uma remexida Eneida meu Deus do céu Nem sei mesmo o que dizer Desta família adorada Primeira pessoa a ver Foi lá em Belo Horizonte Que vim a lhe conhecer Eu era tão pequenina Fui levada ao aeroporto Eu lá encontrei Eneida Vinha num bebê conforto Encontrei também Levi E fui logo com seu rosto Com você doutor Levi Eu adoro passear Eu me sinto tão segura Para a rua atravessar De cão bravo me defende Jamais deixando atacar São nestes belos passeios Pela linda beira mar Que me sinto bem mais livre Do que gosto vou cheirar De fazer necessidades Sentindo a brisa do mar Vejo carros, vejo gente Meus amiguinhos de raça Sentimos cheiro um do outro E tem pipoca de graça Mas se como uma do chão Você até me amordaça Adoro duas senhoras Que vendem coco gelado Quando passamos por lá Recebo abraço apertado Parece que são irmãs Semblante assemelhado Mais à frente no buteco Que cheiro de refeição Aquele cheiro gostoso É a minha perdição Um dia não agüentei Penetrei lá no salão Lá eu tenho alguns amigos Com função de manobrista Eles dirigem os carros Que ficam bem lá na pista Com carinho eles me tratam Como fora uma turista Minha coleira eu adoro E é minha proteção Foi presente que ganhei Minha mãe do coração Eu amo brincar com ela Você puxando com a mão Dois anos já se passaram Muito bem aqui estou Já estou bem enturmada E nada aqui me faltou Concluindo o meu relato Só uma coisa restou Observo e sempre ouço Vossa evangelização Queria lhe perguntar Se é possível ou não Eu vir mesmo é como gente Numa outra encarnação Acordei atordoado Que bichinho inteligente Com a cadela eu falei E fui o seu confidente Só então compreendi Hanna queria ser gente Perdão ao caro leitor Se aqui eu viajei Mas lhe digo que é verdade Quase nada eu inventei Nem chegando a dez por cento O que aqui extrapolei. Levi Madeira
Médico e cordelista levi.torres.madeira@gmail.com Hanna (sorrindo e de coleira rosa) com o Boss (seu pretendente a nomarodo)
Hanna na praia de Flecheiras - CE Hanna nas mãos de Levi AUTOR DESTE CORDEL
Levi Torres MadeiraMédico Oftalmologista – CREMEC: 4834 – RQE: 2865 Especialista em Cirurgia Plástica Ocular com Excelência em Blefaroplastia CONTATOS: Site da Clinica Levi Madeira: www.levimadeira.com.br E-mail: levi.torres.madeira@gmail.com Fones: (85) 3486-6363 e 3486-6461 Av. Dom Luis, 1233 – Sala 401 Fortaleza – Ceará – Brasil Escritor de Literatura em Cordel SITE DO ESCRITOR: www.levimadeira.recantodasletras.com.br Clicando em “Textos” terá acesso a quase 100 cordéis deste autor Levi Madeira
Enviado por Levi Madeira em 17/07/2011
Alterado em 03/04/2017 |